terça-feira, março 30, 2010

O respeito


Se a saúde é o mais importante na vida, o respeito vem sem dúvida em segundo. O respeito pelos mais velhos, o respeito por quem gostamos, o respeito por nós mesmos. É este respeito por nós mesmos que nos leva a não tolerar faltas de respeito. Quando digo faltas de respeito não me refiro a discussões ou brigas exaltadas onde se diz tudo sem pensar e depois se pensa no que se disse, não. Refiro-me aquelas situações em que não temos dúvidas, sabemos logo, sentimos a facada.
Uns calam, outros consentem, outros rispostam, outros ignoram. O meu corpo vem com um sistema automático anti-desrespeito: se houver alguma pessoa que por (ou sem) algum motivo me falte ao respeito, eu começo a desligar-me dela inconscientemente. O respeito por ela perco-o naquele segundo. Não há faltas de respeito toleráveis. Acho que todos têm direito a uma segunda oportunidade mas não acredito que quem falte ao respeito uma vez, não o faça de novo. O respeito constrói-se, é certo, mas há quem não tenha respeito por nada nem ninguém e, bom, aí não há nada que os valha.
Lembro-me dum (felizmente) ex-namorado duma amiga que a tratava abaixo de cão, que a chamava de tudo e mais alguma coisa, que numa discussão sentia-se no direito de a espezinhar e, por muito que não fizesse sentido, ele era sempre o dono, advogado e juiz da razão. Nunca lhe bateu mas acho que tudo o que lhe disse a magoou mais que um sôco no estômago. Nunca lhe pediu desculpa porque, como referi, era o dono da razão.
Mesmo assim a relação ainda durou alguns anos. É estranho. Não consigo perceber como se continua com um homem ao nosso lado que nos desrespeita. O que fará miúdas tão novas acomodarem-se a uma situação do género? E o respeito, onde fica?
É que, pessoalmente, falta de respeito se não for a coisa que mais desprezo na vida, vem sem dúvida em segundo.

segunda-feira, março 29, 2010

A rotina


Odeio rotina. Odeio horários. Odeio. Se o segundo é um mal necessário, a primeira penso que não.
No trabalho, o horário obviamente tem sido sempre o mesmo e se a rotina começa aqui, também acaba aqui. Estar numa farmácia ao balcão é uma aventura constante, há sempre uma dúvida digna de meter mãos à pesquisa, temos sempre que estar atentos a interacções medicamentosas, temos que prestar aconselhamento, e os utentes confiam sempre mais em nós do que num médico (nada contra médicos, atenção), é uma responsabilidade. Acabam de vir duma consulta e, de qualquer modo, confirmam a medicação connosco, se achamos bem, se há algo melhor, se podem tomar tendo isto ou aquilo, se há algo semelhante mais barato e, por vezes, o que vem prescrito não é o mais adequado ao perfil do utente.
Numa farmácia não há rotina.
A rotina é algo que me faz muita confusão. Seja no que for, no trabalho, em casa ou numa relação. E, por isso, tento sempre afastá-la com todas as minhas forças, fugir dela como o diabo da cruz.
A rotina é aquela que vem de mansinho, se instala sem pedir licença e, depois de instalada, raramente vai embora. Porque para desaparecer, apesar de bastar apostar nas pequenas coisas, é preciso um certo esforço, disposição e, acima de tudo, vontade.
Só que muitas vezes o comodismo é soberano, casa com a rotina e juntos formam um casal quase invencível. Quase.

segunda-feira, março 22, 2010

E quando menos esperas


...ves-te envolvida num momento perfeito, melhor que qualquer cena de filme meticulosamente ensaiada, repleto de emoção, paixão e felicidade, surpreendente. Um daqueles momentos impossíveis de esquecer.

quarta-feira, março 17, 2010

Aproveitem


segunda-feira, março 15, 2010

So now I don't ever have to leave




I don't have to leave anymore
What I have is right here
Spend my nights and days before
Searching the world for what's right here

Underneath and unexplored
Islands and cities I have looked
Here I saw
Something I couldn't over look

I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore

See what I've done
That bridge is on fire
Going back to where I've been
I'm froze by desire
No need to leave

Where would I be
If this were to go under
That's a risk I'd take
I'm froze by desire
As if a choice I'd make

domingo, março 14, 2010

Parabéns


Faz hoje anos que nasceu uma menina muito "nariz-arrebitado", muito mimadinha, com uma paixão por chocolate e uma certa apetência para as artes e letras.
Que na primária chegou a cometer bullying (havia colegas muito lentinhas);
que caiu dezenas de vezes de patins;
que no ciclo conheceu os amigos que agora são os de sempre;
que é uma conversadora;
que no secundário era chamada à atenção de minuto a minuto por estar a falar ou a rir ;);
que saiu a primeira vez à noite aos 17;
que se deliciava com as aulas de desenho;
que apesar de tudo seguiu ciências;
que nunca gostou de fazer anos mas sempre fez festa de aniversário, aquela festa em que toda a gente se encontra :) ;
que adora os amigos, as conversas intermináveis com a I., os chás até às tantas na casa da C., perder a noção do tempo com a A., rir à gargalhada com a G., os concelhos sábios da S., os disparates da J., as maluquices da I., a maturidade da T., as histórias inacreditáveis do H. e do Z., as dissertações do B., a energia da D., e por aí fora;
que não consegue ficar em cima do muro, não tomar partidos, não defender os amigos mesmo que os problemas não sejam dela;
que se apaixonou;
que ainda hoje adora brincar com o pai;
que de vez em quando choca com a mãe;
que tem saudades do futuro;
que tem dias em que só está bem onde não está;
que é uma sonhadora;
que sonha sempre mais acordada do que adormecida;
que vê filmes da Disney como se tivesse outra vez 10 anos;
que corre incansávelmente pela relva com a melhor cadela do mundo;
que toma os seus 3 cafés por dia;
que não gosta de estar quieta mas não troca uma noite em casa, em boa companhia, por uma noite de festas loucas;
que, se pudesse, ficava na praia de manhã à noite;
viajava do Inverno ao Verão;
que há precisamente um ano atrás se aventurou em Erasmus;
que sente falta do Raval;
que vai dar um grande passo dentro de alguns dias;
que adora viver;
que é feliz...
Parabéns a mim! :')*

quinta-feira, março 11, 2010

You've got it ;)



Sometimes I feel like throwing my hands up in the air
I know I can count on you
Sometimes I feel like saying "Lord, I just don't care."
But you've got the love I need To see me through

Sometimes it seems the going is just too rough
And things go wrong no matter what I do
Now and then it seems like life is just too much
But you've got the love I need to see me through

When food is gone you are my daily need
When friends are gone I know my savior's love is real
You Know it's real

You got the love

Time after time I think "Oh Lord, what's the use?"
Time after time I think it's just no good
Sooner or later in life, the things you love you loose
But you got the love I need to see me through

You got the love ;)

sábado, março 06, 2010

What if...


Acabei de ver agora mesmo o filme: 500 Days of Summer. Já há algum tempo que ansiava por vê-lo mas foi visto aos bocadinhos, um bocadinho todas as noites. Não estava a gostar da personalidade da personagem principal feminina, achei-a arrogante, altiva, demasiado confiante, snob. No final, comprendi-a e gostei particularmente deste pequeno diálogo que toca num assunto em que penso inúmeras vezes:

Summer: - "I was sitting in a deli, reading Dorian Grey and a guy comes up to me and asks me about it and now he's my husband."

Tom: - "So?"

Summer: - “So… what if I’d gone to the movies? What if I had gone somewhere else for lunch? What if I got there ten minutes later? It was meant to be and I just kept thinking 'Tom was right.' ”

quarta-feira, março 03, 2010

Fazer do complicado fácil


Este ano os meus tios vão fazer trinta anos de casado. Trinta. Não são cinco, nem dez, nem quinze. Trinta.
Já comemoraram as bodas de prata mas a minha tia diz que este ano também é para comemorar. "Se tudo até aqui foi facil? Foi." responde-me ela, prontamente - "Os momentos difíceis aparecem de vez em quando, em qualquer relação, mas nós sempre os encurtamos o máximo possível."
E o complicado é este "fácil", este saber ultrapassar um mau momento depressa e bem. Porque, para tal, é preciso que os dois o queiram solucionar, é preciso que os dois trabalhem arduamente para um mesmo objectivo, como uma equipa, de forma a que esta se torne uma equipa vencedora.
Actualmente, os casais mais jovens já não estão para se aborrecer. As coisas vão mal com aquela pessoa, então, corta-se o mal pela raiz e começa-se outra relação, com uma pessoa diferente que trará problemas iguais (ou semelhantes). Já ninguém quer lutar por nada, dá trabalho e ninguém quer ter trabalho, para isso chega o do emprego. Mas construir uma relação sólida, daquelas que valem a pena e que nem mil super-guerreiros a derrubariam, exige dedicação, paciência, força de vontade e... trabalho. O resultado final é delicioso.
Na verdade, toda a gente gosta de fast food mas aquela comida caseira, aquele prato mediterrânico, sabe muito melhor ;). Demora mais, é mais elaborado, pode até ser mais dispendioso mas compensa. A todos os níveis. As relações com alguém de quem gostamos mesmo, também. É preciso é coragem para enfrentar os problemas que surgirem e, em vez de fugir, procurar soluções... a dois. Porque a dois tudo sabe melhor.

terça-feira, março 02, 2010

Até logo


Nunca gostei de dizer adeus. Nunca gostei de despedidas. Mas despedidas com adeus, muito menos.
O "adeus" traz consigo o peso da eternidade, do para sempre, que pode até não o ser, e muitas vezes não o é, mas, pessoalmente, um adeus nunca será um "até amanhã" nem um "até já", é um "até um dia longínquo...quem sabe". Não gosto de dizer adeus.
Sempre fui adepta do "até logo". O "até logo" que é sinónimo de querer ver quem nos é querido o quanto antes, o "até logo" de querer voltar a usufruir daquela companhia o mais depressa possível, de querer saber que amanhã essa pessoa estará ali, mesmo que não possamos estar com ela logo no dia seguinte, só saber que ela estará ali para nós, já nos reconforta. Um "até logo" é reconfortante. Um "até logo" vem carregado de esperança.
E por isso: "até logo".
 
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